Diretor: Bong Joon Ho
Roteirista: Bong Joon Ho e Kelly Masterson
Duração: 126 intermináveis minutos
Gênero: Ação / Drama / Ficção Científica
Classificação: 16 anos
Sinopse: Um experimento para impedir o aquecimento golbal falha e uma nova era do gelo toma conta do planeta. Os únicos sobreviventes da Terra estão a bordo de uma imensa máquina chamada Snowpiercer. Lá dentro, os mais pobres vivem em péssimas condições, enquanto a classe rica vive em meio ao luxo.
Contém Spoilers / Snowpierce's Review por Eduardo Tomazzoni
Normalmente bons filmes de Sci-Fi possuem um plano de fundo fantasioso mas são pautados sobre ideias minimamente convincentes (sociedades distópicas, maquinas evoluídas, etc) e tentam seguir uma certa lógica dentro da sua trama. Estes são pontos muito importantes para assegurar uma certa veracidade no desenrolar da história e não gerar muitos furos na trama; principalmente quando temos um roteiro que pretende se levar a sério.
Expresso do Amanhã passa longe de ser um filme assim...
1- A Premissa Furada:
“Toda vida foi extinta; os poucos que embarcaram na arca mecânica são os últimos sobreviventes da humanidade”
Qualquer um que tenha um pouco de criatividade ou ceticismo automaticamente começa a fazer perguntas básicas sobre este enredo: Por que diabos tal trem foi construído? Em que momento um trem em alta velocidade circulando um mundo congelado é mais sensato do que um trem parado? De onde vem o combustível? Não seria melhor construir uma fortificação? (Poderiam até mesmo fazer em forma de pirâmide para a alegoria ficar ainda mais superficial e obvia sem criar tantos furos de roteiro logo no inicio do filme) hahaha
2- Estratificação Social:
Aqui, mais obvio do que “sal é salgado”, encontra-se a grande metáfora do filme. Aquela que aparentemente muitos desatentos não entenderam (sério gente?). Na traseira do trem, os pobres, os sujos, a escória; na frente, os ricos, os poderosos, o 1% da sociedade.
Tudo muito bonito, tirando um pequeno problema que qualquer amante de literatura, história e política que se preze teria absoluta vergonha: Existe algum motivo para estas pessoas estarem no trem? Se a burguesia depende do maldito proletariado, qual o objetivo destas pessoas estarem ali se eles não trabalham ou produzem absolutamente nada? (E o filme deixa bem explícito isso). Simplesmente não faz sentido algum!
Até mesmo a saga Jogos Vorazes de Suzanne Collins deixa esta questão bem esclarecida ao apresentar seu mundo, estabelecendo a importância dos distritos para com a capital. Filme/Livro que, por sinal, faz uma crítica muito melhor à Desigualdade Social e a Regimes Totalitários do que Snowpiercer.
3- Os Vagões e a Tripulação:
Outra coisa absurda neste filme é a ordenação dos vagões, das suas funções e dos funcionários que ali trabalham. A proporção entre vagões realmente indispensáveis (plantações e criadouros), vagões vazios e vagões exclusivamente estéticos e voltados para o lazer da classe alta é absolutamente ridícula.
Outra coisa absurda neste filme é a ordenação dos vagões, das suas funções e dos funcionários que ali trabalham. A proporção entre vagões realmente indispensáveis (plantações e criadouros), vagões vazios e vagões exclusivamente estéticos e voltados para o lazer da classe alta é absolutamente ridícula.
Podemos ver claramente a falta de cuidado na criação deste mundo, na elaboração do roteiro e como a incoerência demonstrada no 2º tópico se estende durante todo o longa-metragem de modo sofrível.
4- As Malditas Baratas
Esta é outra questão um tanto quando ridícula. Vemos, mais de uma vez durante o filme, o espanto, nojo e raiva no principal ao se referir dos tabletes de proteína feitos com baratas. Para no final descobrirmos que o maldito já foi obrigado a praticar canibalismo e sabe que “bebes são mais gostosos”? hahahahah
E por sinal, de onde vem as malditas baratas? Um bilhão de baratas moídas por dia para alimentar pessoas que não produzem absolutamente nada, apenas consomem. Sendo que o mundo externo está completamente congelado! “ah, mas Eduardo, eles talvez tenham uma criação de baratas...” Para cara, para que tu tá passando vergonha... onde diabos os caras teriam isso? Com que alimento eles criariam as baratas? E porra, fizeram questão de mostrar todos os vagões, suas plantações, aquários e frigoríferos e não há nada ali. Então não me amola.

Pelo menos uns 100 guardas com machados e facões, usando tocas que tapam seus olhos, mas que precisam usar óculos de visão noturna ao entra no escuro (fuck logic).
O cara estripa um maldito peixe fresco só pra pagar de Badboy; sendo que poucos minutos depois vamos ouvir um papinho bosta de “sushi é feito apenas 2 vezes ao ano; o número de peixes precisa ser controlado com precisão” (ta SERTO).
É aqui também que vemos a mediocridade do diretor. Fica nítida a tentativa falha de estilizar o combate utilizando cenas em câmera lenta assim como Zack Snyder faz com maestria em 300 e Watchmen, mas o resultado é uma bosta. Nada parece fluido e realmente bem feito, simplesmente porque já vimos melhor e porque não nos importamos com a maioria dos personagens em tela.
Outro ridículo Deus Ex Machina que ocorre neste filme é o desfecho da batalha. Em um segundo há uma tocha, e no segundo seguinte vemos dezenas delas. O que os soldados ficaram fazendo nesse meio tempo? Ficaram estáticos olhando? Fazendo mais uma contagem regressiva de Novo Ano? hahahahaha (Bitch, plz!)
Bom, não preciso me alongar, afinal toda a “escória” poderia ter simplesmente sido esquecida passando fome no último vagão se quisessem diminuir o número populacional. Então nada que se relacione a táticas de exterminá-los ao longo do filme faz sentido algum.
Eu poderia continuar apontando furos, erros, problemas, faltas de lógica e mediocridades técnicas de Expresso do Amanhã, mas eu simplesmente não tenho mais saco pra ficar perdendo tempo com esse filme horroroso superestimado.
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